Análise Comparativa: O Que Há de Novo no Relatório do Estado do Controle de Acesso Físico em 2021?
Recentemente, comunicamos os resultados de nosso Relatório Anual do Estado do Controle de Acesso Físico, publicado em janeiro. Os dados apresentaram as respostas de mais de 1.000 profissionais de segurança e TI que participaram de nossa Pesquisa sobre as Tendências dos Sistemas de Controle de Acesso. Dentre os entrevistados incluíam-se profissionais atuando em empresas de pequeno e médio porte, além de grandes organizações nos setores de tecnologia, educação, governo, manufatura e saúde. Nosso relatório inicial propiciou uma visão bastante abrangente dos resultados. Neste comparativo, nós nos aprofundamos nas tendências e conclusões observadas no relatório.
Naturalmente, a pandemia da COVID-19 influenciou amplamente os desafios que foram destacados pelos entrevistados. A pandemia não mudou apenas a trama de nossas vidas, mas também as prioridades que orientam nossa indústria. A demanda por soluções de controle de acesso sem contato foi imediata e impulsionada pela necessidade urgente de prevenir a propagação do vírus.
Caso em destaque: mais de 40% dos entrevistados indicaram uma busca por soluções sem contato como a principal razão para realizar o upgrade. Os três vetores seguintes também estão intimamente relacionados à respostas contra a pandemia e soluções sem contato, incluindo novos recursos (como as credenciais móveis e casos de uso multiaplicação), processos digitais (como integração de credenciamento remoto) e o aprimoramento da experiência do usuário (como otimizar o controle de acesso, reduzindo os pontos de contato físicos).
Em comparação com a pesquisa de 2019, os entrevistados indicaram motivações semelhantes para aprimorar a experiência do usuário e introduzir novos recursos. O que se destaca na comparação com o ano passado, no entanto, é que os processos digitais avançaram da 6º para a 3º posição. Além disso, as melhores integrações com outros sistemas de segurança recuaram da 3º posição, com 40% em 2019, para a 6º posição na pesquisa de 2020, com 27%.
Ocorreram ainda várias outras alterações nas prioridades observadas nas respostas e, mesmo em função de todas as mudanças inesperadas introduzidas em 2020, essas alterações não eram realmente tão inesperadas.
Os Desafios Mais Urgentes
Os entrevistados relataram os seis seguintes principais desafios enfrentados cotidianamente:
- Retorno ao trabalho e gerenciamento das ameaças imediatas à saúde provocadas pela COVID-19, incluindo o monitoramento de visitantes, funcionários e demais pessoas autorizadas.
- Aprimoramento da conveniência para os usuários e o tráfego nos pontos de controle de acesso de entradas.
- Proteção contra as crescentes ameaças de vulnerabilidades de segurança, especialmente aquelas que são disseminadas ou que têm cobertura recente da mídia/externa.
- Integração com outros sistemas corporativos.
- Potencialização dos recursos/aplicações disponíveis em novas tecnologias e productos.
- Simplificação do gerenciamento do acesso físico com processos digitais.
A pandemia alterou nitidamente as operações de segurança de muitas organizações. Por exemplo, uma melhor integração com outros sistemas corporativos foi o principal desafio mencionado no relatório do ano passado, mas recuou significativamente para a quarta posição no relatório deste ano. Da mesma forma, a tendência de potencializar novos recursos e capacidades de controle de acesso recuou da segunda posição no ano passado para a quinta neste ano.
Os resultados da pesquisa também demonstram que a ameaça de uma violação cibernética se tornou mais preocupante para os entrevistados, conquistando quatro pontos percentuais este ano. Isso faz sentido para nós, pois a pandemia resultou em mais funcionários trabalhando em suas residências, tornando o acesso lógico remoto e a necessidade de segurança de rede mais preponderantes e, portanto, mais vulneráveis. Por outro lado, as violações de segurança física, embora ainda sejam a principal preocupação, perderam 14 pontos em comparação com as respostas do ano passado, visto que menos funcionários estão trabalhando nos escritórios.
Quais sãos os Catalisadores dos Upgrades
Mais uma vez, a pandemia está ditando as regras. Os upgrades mais comuns por ordem de classificação, envolvem as soluções sem contato (incluindo as credenciais móveis e os casos de uso multiaplicação), simplificando o controle de acesso ao reduzir os pontos de contato físicos e os processos digitais, como o credenciamento remoto.
As tecnologias de credenciais, inquestionavelmente, continuam evoluindo, com ou sem pandemia, e estão abandonando as credenciais legadas menos seguras, tais como Prox em 125 kHz, tarja magnética e código de barras. Os usuários estão progressivamente migrando para tecnologias mais seguras, como Seos®, MIFARE Classic e DESFire, que estão equipadas com níveis mais elevados de criptografia e são muito mais difíceis de clonar.
Apesar de alguns upgrades que foram relatados, ainda resta uma significativa lentidão na atualização de sistemas de acesso obsoletos. Em 2020, apenas 43% dos entrevistados indicaram que seus sistemas atendiam ou superavam os requisitos planejados e atuais. Este é um forte contraste com a primeira pesquisa realizada em 2017, onde 73% dos entrevistados disseram que seus sistemas atendiam aos requisitos. Esse número caiu para 50% em 2019 e, novamente, estamos apenas em 43% em 2020.
Isso pode estar especificamente relacionado com as respostas à pandemia, mas o aspecto crucial neste ponto, é que os sistemas e a infraestrutura continuam envelhecendo, os projetos de upgrade continuam estagnados e, o mais importante, os novos requisitos e necessidades não podem mais ser atendidos pelas soluções de controle de acesso legadas.
No entanto, muitos entrevistados ainda afirmam não ter planos para realizar seus upgrades, ao passo que outros indicam dispor de planos para realizar os upgrades num prazo futuro, de um a seis anos. Outro dado interessante do relatório é que, embora a pandemia possa ter travado os planos para os upgrades, devido a orçamentos reduzidos e mudanças nas prioridades, a adoção do acesso móvel permanece estável, apesar da demanda por soluções sem contato para as quais os dispositivos móveis podem desempenhar uma função crucial.
Analisando os Números da Localização em Tempo Real
Os serviços de localização em tempo real (RTLS) estão assumindo uma grande relevância no segmento de controle de acesso. Eles possibilitam que os usuários identifiquem a qualquer momento, a localização em tempo real de visitantes e funcionários em suas instalações. Os resultados foram divididos de maneira uniforme, com aproximadamente um terço dos entrevistados relatando dispor de recursos para identificar a localização e o número de pessoas em suas instalações, enquanto outro terço consegue identificar apenas a localização e o terço final apenas o número de pessoas. Isto representa um aumento em relação ao ano anterior e, mais uma vez, a pandemia fica com o crédito. A tecnologia RTLS está ajudando as equipes de segurança e instalações a aplicar protocolos de distanciamento social e automatizar o rastreamento de contatos, em reação à um caso positivo de vírus no local. É prudente considerar que a adoção de tecnologias de RTLS continuará a aumentar ininterruptamente neste ano e nos anos seguintes.
A pandemia certamente comprometeu sobremaneira os orçamentos disponíveis para os upgrades, mas a necessidade de modernizar as soluções de controle de acesso físico obsoletas permanece evidente, mesmo assim. Como todos nós estamos nos orientando para um retorno seguro ao trabalho presencial e encontrando nossos caminhos nos cenários do novo normal, a importância de aprimorar a experiência dos usuários e de aumentar a segurança do controle de acesso não pode ser subestimada.
Deseja saber mais? Faça o download de sua cópia do Relatório do Estado do Controle de Acesso Físico em 2021.
Luc Merredew dispõe de mais de vinte anos de experiência trabalhando para OEMs nas áreas de incêndio e segurança e, em sua atual função na HID Global como Diretor de Marketing de Produtos da Divisão PACS, ele cobre a América Latina, EUA e Canadá. Luc está baseado em Huntington Beach na Califórnia e atuou durante cinco anos na sede da HID Global em Austin no Texas.